Vazamento de dados pode causar bullying escolar?
06/08/2021 Bullying e CyberBullying, Educação Digital
A saga do bullying
Ainda bem que a LGPD veio para que não haja vazamento de dados. O bullying escolar é notado quando as crianças ou adolescentes emitem alguns sinais em casa. Infelizmente, demonstram não querer ir ao ambiente escolar. Diálogo nesse momento entre pais e escola é fundamental.
Há 20 anos, era comum as notas dos alunos serem ditas para todos ouvirem. Ali já era motivo de diversas brincadeiras de mal gosto. Os que tiravam notas baixas, sendo minoria, sofriam diversas consequências. Como apelidos, exclusão dos grupos, serem rejeitados. Muitas vezes, por todo o ano letivo.
Já que a situação se repetia a cada bimestre. Ocorria tanto dentro da sala, quanto fora dela. Era comum também a famosa chuva de ovos na cabeça no dia do aniversário. Esse aluno certamente estaria na lista dos iam receber esse desconforto. E tudo que pudessem fazem com esse colega, seria feito.
Hoje há desde o maternal, ensinamentos sobre respeito. Como as crianças não vêm com preconceito, deveria funcionar. Ocorre que há intervenções de fora, de casa, dos maus exemplos pela rua. As companhias à medida em que crescem, influenciam também. As redes sociais acabam distanciando dos ensinamentos da escola.
Alguns até acreditam que na adolescência precisam mostrar que algo mudou. E isso se reflete no comportamento arredio. Acabam fazendo bullying com outros. Por achar que isso é provar que “cresceu”. Quem pratica esse lamentável ato, também precisa ser acolhido e participar de diálogos sobre.
O vazamento de dados da escola, também pode levar ao bullying. Dependendo do que vazou, causar uma catástrofe na vida dos alunos. A prevenção seguindo as normas da LGPD é fundamental. Todas escolas estão sujeitas à um vazamento, lamentavelmente.
Ações preventivas e um bom direcionamento são o caminho. Tanto para não ocorrer o vazamento, quanto para lidar com o bullying. A escola ensinar aos alunos a apoiar colegas que sofrem bullying, faz toda a diferença. Esse indivíduo se sentirá acolhido. Ajuda muito nesse processo de tudo que a criança sente.
Os pais podem interferir também. Pois caso as crianças apresentem patologias psicossomáticas, os pais que vão perceber. Caso a criança se torne mais arredia, violenta, se distancie. Mudanças no sono. É momento de conversar.
Os adolescentes também sofrem com isso. Caso seja constatado o bullying, os pais devem primeiro apoiar aos filhos. Explicar que a culpa não é deles. Mostrar como funciona a rede do bullying, explicando que há outras vítimas.
Falar com a escola, iniciar um bom trabalho também ajuda. Então a escola irá dar suporte e em boa parte dos casos, isso cessa. A vítima pode precisar de psicoterapia, acompanhamento com psicopedagoga. E acaba saindo disso e vivendo bem, apesar de tudo.
A vítima de bullying na maioria dos casos, se coloca como culpada. É então que a família entra como acolhedora. Explica que a criança ou adolescente não tem culpa. Um indivíduo acolhido, é capaz de enfrentar a situação, dependendo do nível de violência.
Perigo do vazamento de dados
Muitas pessoas não entendem o motivo de preocupação caso isso ocorra. Mas alguns dos problemas é: o famoso pedido de dinheiro aos amigos. Pessoas terem acesso ao Imposto de Renda e saber de todas as suas propriedades.
Criminosos se passarem pela pessoa para comprar. Os dados vazados em sua maioria são muito usados para isso. Hoje é muito usado o bitcoin para comprar esses dados de crianças e adolescentes. Por se tratar de moeda virtual, fica mais difícil ser encontrado quem faz esse tipo de transação.
Em se tratando de crianças, vazamento de dados escolares, há o perigo dos pedófilos. Pegarem as fotos delas, venderem, usarem. Eles saberem, por exemplo, o endereço de onde a criança estuda. Quais as redes sociais têm cadastro, puxar papo. Ter acesso aos telefones dos pais.
Pode roubar o número de contato dos pais. Avisar a escola que outra pessoa vai buscar. Levar a criança embora, abusar dela, vende-la ao mercado escuso de pessoas. Sabe-se lá quando será encontrada essa criança.
Você que é pai e mãe ou tutor/responsável, tenha a certeza de que a escola está de acordo com a LGPD. Converse com a escola para saber se os dados que você forneceu são mesmo necessários. Ou se algum, por acaso, não é importante eles terem. Isso é para a segurança do seu filho.
Como proteger os dados de crianças e adolescentes na internet
Eles não conseguem ainda, mensurar a situação a que são expostos quando perdem dados. Ou mesmo, ao se cadastrar nas redes sociais. São detectáveis através desses perfis em redes sociais. E essas informações sensíveis em mãos erradas, podem gerar muitos danos emocionais.
A pandemia acabou aproximando mais os menores das redes sociais. E os pais se viram numa situação de ter que abrir mão de certas regras. Então eles foram cada vez mais se distraindo com as telas. A falta que elas sentiram dos amigos pessoalmente, foi mais ou menos trocada pela virtual.
Uma adulta, por exemplo, ao trocar nudes em alguma rede e ser chantageada e ameaçada, não se intimida. Já uma criança, uma adolescente, acaba enviando mais. E nesse momento é que entra o apoio dos pais. Para acolher essa criança, essa adolescente.
Muitos acabam julgando, tirando o direito de estar na internet. Não é por aí. Se a vítima não tiver em casa o devido apoio, onde então há de ter? Talvez enviou a foto sendo ludibriada. E seguiu nem querendo mais.
Fora os produtos que aparecem nos anúncios. Baseados no que seus filhos curtem ou compartilham, comentam. Aí é uma questão bem delicada: pode-se desenvolver um transtorno de compras compulsiva, por exemplo. Porque a criança ou adolescente quis o produto. Não tinha como comprar e assim que tiver poder aquisitivo suficiente, vai desencadear essa patologia.
Aí entramos em outra situação: onde houve o vazamento. Não foi da escola e sim de uma aluna da escola. Mas vai causar bullying lá no ambiente escolar. Família e escola devem andar juntas nessas situações. Até porquê como já citado, o assediador fará com outros.
Saiba mais!
A Dra. Ana Paula Siqueira é graduada em direito pós-graduada em direito empresarial pela Universidade Mackenzie e Mestre pela PUC/SP em Direito Digital, professora, advogada e palestrante. O Prêmio Lúmen 2018 de Responsabilidade Social foi concedido pelo Sinsa.
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