Adolescentes e a pandemia: saúde mental, bullying e home-schooling
04/08/2021 Bullying e CyberBullying, Educação Digital, Palestras sobre CyberBullying
A quarentena afetou a mente dos jovens
O impacto da quarentena foi um desafio para os adolescentes. Se fosse eleger um sobrenome para eles, seria “movimento”. Os vínculos afetivos nessa fase da vida são transferidos para os amigos. Os jovens estão em constante circulação. A quarentena acabou cortando essa rotina.
Para que a convivência com os pais seja mais leve, ideal é não cobrar. Os resultados estão mesmo comprometidos. A motivação para fazer as atividades, é baixa de fato. Tudo devido a atual situação.
Nós adultos, estamos com dificuldades. Os jovens mais ainda, por ser um momento da vida onde se quer vencer o mundo. E em casa é complicado isso. A maioria tem optado por ficar mais tempo nas redes.
Essa é a forma de escape. Alguns desenvolveram patologias como síndrome do pânico, crises de ansiedade, depressão. Há hoje a opção de terapias online com profissionais de saúde. Dependendo do plano de saúde é até possível fazer por ele. Impossível não sentir esses sintomas em meio a tamanha incerteza.
Os pais ou cuidadores precisam estar atentos ao comportamento. Tendo como base que são tempos onde ninguém estava preparado. E buscar essa ajuda, psiquiátrica, psicológica e juridica, nos termos da lei do bullying nº 13.185/15. Os adolescentes já têm todas as questões dessa jornada e mudanças. A vinda da pandemia os tirou da convivência com outros.
Baladas, aniversários, saídas para barzinhos. Os adolescentes se cansaram de ficar em casa. E o resultado são as festas dessas novas ondas. E o desuso da máscara. Para conseguir trazê-los de volta, o caminho é fortalecer os laços.
Diminuir o distanciamento por meio do diálogo. E sobretudo: gerenciar essa pandemia com maturidade. Já tivemos essa idade e sabemos dos desafios. Mas na nossa época não tinha os receios de hoje. Então esteja ao lado, da forma mais leve possível.
Uma das portas de saída do bullying: pais e escola
Muitos jovens enfrentam o bullying. E nos atuais tempos, o cyberbullying. Saiu da sala de aula, da escola e foi para o mundo virtual. É bem fácil hoje divulgar uma foto, fazer um vídeo. Criar os famosos memes é algo banal, porem ilegal.
Usar uma rede social para compartilhar ofensas é o maio problema das escolas particulares.
Como é uma época dos hormônios aflorados, os nudes estão em alta. Ao receber um pedido desse tipo de foto, vem uma situação adversa. Se ela decidir enviar, terá problemas. Caso opte pelo contrário, também. Sendo pressionada para enviar, acaba cedendo e a pressão não tem fim.
Então a imagem acaba sendo compartilhada. E isso, numa velocidade assustadora. Temos desde 2012, a Lei Carolina Dieckmann, nº 12.737. Que tipifica os crimes virtuais.
Além de enfrentar a repercussão do nude, tem outra situação. As amigas que vão afastando para evitar estar perto de alguém exposta. Dessa forma, a invasão de um terceiro, fere a saúde mental da adolescente.
O acolhimento dos pais nesse momento é fundamental. O bullying pode vir devido ao aluno ser de outro Estado e ter sotaque. Por causa da condição física ou gênero sexual. O Bullying é gerado pela intolerância dos pares com as diferenças.
Muitos jovens até pensam que o bullying é certo. E que ela, sendo vítima, é a errada. Essa situação precisa ser combatida na escola, no mundo virtual, em casa. Muitos jovens acabam tendo depressão e indo ao suicídio.
Na internet, por trás de uma tela, muitos jovens ganham certa coragem. O assédio online nesse novo normal, cresceu consideravelmente na pandemia. O distanciamento social gerou um stress. E isso acabou se tornando em violência virtual.
Hoje há leis que acolhem os jovens nesses casos. Não é por ser virtual que nada vai acontecer, ao contrário. Temos casos até de condenações por o bullying ter resultado em suicídio e adolescentes condenados a internação na Fundação Casa. Os pais e a escola, de mãos dadas, poderão auxiliar os jovens nessa situação.
A polêmica do home-schooling
Não é de hoje que no Brasil há uma polêmica em torno do home-schooling. Há quem defenda ser “errado”. E os que dizem ser o melhor. Esse assunto ganhou mais repercussão com o caso da estudante Elisa de Oliveira, de 17 anos.
Ela conquistou o quinto lugar da USP. No curso de Engenharia Civil, pelo SISU. Precisou a estudante entrar na justiça para conseguir se matricular. A juíza acabou entendendo como inválido esse método própio de estudo.
A família da adolescente Elisa de Oliveira Flemer, que foi proibida pela Justiça de cursar uma faculdade após fazer “homeschooling”, afirmou que desistiu do processo contra a Universidade de São Paulo (USP).
Somos escolarizados desde sempre. No Brasil o ensino em casa é proibido. O aluno precisa de um diploma no ensino regular do País. A aluna em questão acabou recebendo um pedido de terminar os estudos pelo Encceja.
Abriu-se então uma discussão sobre o assunto. O STF diz que abrindo exceção para ela, acaba levando outros jovens a esse ensino. E os pais por outro lado, que apoiam esse ensino, resgatam os filhos para si. Evitam situações como o mal comportamento de jovens.
Também acabam trilhando caminhos que não passam pelo bullying. Pelas diversas situações as quais os adolescentes enfrentam. O fator da interação é o que pesa nessa questão.
Qual o papel do governo no combate ao bullying?
O Estado se preocupa em garantir o direito ao estudo do aluno. E assim, acaba se tornando algo que vai longe ainda. Ambos os lados têm bons argumentos.
Vemos resultados nas duas modalidades. E a pandemia fez muitas famílias repensarem o modelo escolar atual.
Há casos onde a escola acaba tendo baixa resposta. Há profissionais da educação que ensinam a “decoreba”. Tem ainda as situações onde os alunos são levados a pensar como os mestres. Os motivos das famílias que optam pelo home-schooling são legítimos.
Por outro ângulo, o Estado tem como garantia de aprendizado o modelo de hoje. A base nacional curricular é a aceita nas universidades hoje. Independente desses dois anos de pandemia. Onde boa parte do ensino foi tolhido dos alunos.
O Estado toma para si oferecer educação aos alunos. Os pais por sua vez, vendo falhas na escolha, preferem eles mesmos fazer esse ensino. Acredito há uma longa jornada nessa polêmica ainda. E a separação dos preconceitos em torno desse assunto.
Precisa que o ensino e resultado de fato sejam pauta das discussões. Não uma regra de anos e anos aplicada sem discussão lógica. Ou simplemesnte algo que os pais preferem.
A priorodade é o aluno e a educação deve servir apenas e tão somente o aluno.
Tenho um e-book sobre o bullying. E estou disponibilizando de forma gratuita para que voce possa proteger a sua escola!
Saiba mais!
A Dra. Ana Paula Siqueira é graduada em direito pós-graduada em direito empresarial pela Universidade Mackenzie e Mestre pela PUC/SP em Direito Digital, professora, advogada e palestrante. O Prêmio Lúmen 2018 de Responsabilidade Social foi concedido pelo Sinsa.
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